Veteranos do Moura Atlético Clube no berço de S. Nuno
Intercambio Desportivo
“Nuno Álvares Pereira nasceu em Portugal a 24 de Junho de 1360, muito provavelmente em Cernache do Bonjardim, sendo filho ilegítimo de fr. Álvaro Gonçalves Pereira, cavaleiro dos Hospitalários de S. João de Jerusalém e Prior do Crato, e de D. Iria Gonçalves do Carvalhal.” Professou em1423 na Ordem dos Carmelitas, tomando o nome de Frei Nuno da Santa Maria. Mandou edificar o Convento de Santa Maria do Carmo, em Lisboa, o qual, quer a tradição que a invocação tenha sido primeiramente a da Senhora do Vencimento e que depois tenha passado para a Virgem do Carmo, segundo os cronistas, devido a conhecimentos privilegiados com os Carmelitas de Moura…”
Estátua de Nuno Álvares Pereira
(Cernache do Bonjardim)
Sendo a cultura regida por sinónimos de identidade, eis que surge oportunidade para os membros de ambas as partes, Cernache do Bonjardim e Moura, identificando e defendendo os emblemas do Grupo Desportivo Vitória de Sernache e do Moura Atlético Clube, respectivamente, de poderem conferir quer dentro, quer fora das “4 linhas” estilos diversificados ao jeito que cada praticante/criador/actor protagoniza num espaço de convívio com múltiplos olhares e leituras, procurando despertar, motivar e fomentar o gosto pela envolvência desportivo/cultural potencializada pelos talentos desabrochados em cada comunidade.
Desde as afáveis esposas e benjamins de palmo e meio, que acompanharam o grupo que se deslocou do Alentejo, aos mais experientes, pautou a imaginação, a estes a fantasia, como de outrora; a descoberta (percorrendo itinerários erráticos, mas majorativos de enriquecimento) e o sonho como expressão de liberdade de uma prática, a este nível, que se quer de actividade físico/lúdico/cultural/desportiva… e não de competitividade Não devemos condenar, mas sim compreender todos estilos e tendências assim como o entusiasmo, a aplicação, a entrega às actividades desportivas como um apelo interior, correspondendo a uma necessidade espontânea de expressão. Mas para que essa realização interior se materialize, torna-se necessário uma prática assídua e continuada, em prol da auto-estima, satisfação pessoal e cooperativa, conducente a um pleno de liberdade sano/desportivo.
Como epílogo, a jornada culminou com uma 3ª parte de continuada confraternização entre aromas e sabores do local do encontro com ênfase para o maranho, não faltando o saborear das típicas azeitonas mourenses, habilmente temperadas e gentilmente presenteadas pela comitiva, para acompanhar a degustação.
*Salva comemorativa do encontro (oferta do Presidente do GDVS)
Com os discursos da “praxe” houve a entrega de lembranças (amavelmente oferecidas pela Câmara Municipal da Sertã e pela Junta de Freguesia de Cernache do Bonjardim), assim como a salva comemorativa*, pelos anfitriões, esmeradamente agraciados pelo uníssono alentejano, arrancado das entranhas, chegado à alma das gentes das terras da Beira, entoando, entre outras, um “ex-líbris” do canto mourense, a padroeira Nª Srª do Carmo.
Nª Srª do Carmo
À semelhança do que aconteceu em 1994, com o primeiro encontro entre estas comunidades, eis que surge um novo alento, para consolidar as palavras anteriormente descritas, com a finalidade de dar alma à regeneração do Núcleo de Veteranos do GDVS.
Como parcela que nunca se esgota, há uns que desistem, outros insistem, mesmo com a consciência de que não chegarão onde gostariam de ter chegado, quer por hábito ou fuga em tempos livres, porque neles a “arte” desportivo/cultural vive com intensidade e com entusiasmo.
Seria bom que jamais perdêssemos a necessidade e o gosto de nos expressarmos através do Desporto, como sinónimo de ligação entre os povos/comunidades, e mesmo em silêncio, continuarmos a ser “artistas da bola”.
No regresso ao Alentejo na companhia “imagética” e da bênção do outrora Santo Condestável, a comitiva mourense deixou à nossa volta uma germinação incessante e uma profunda saudade do reencontro.
Para aqueles a quem importa o resultado desportivo, fica a informação que o GDVS abriu e fechou o marcador, eclodindo entre estes dois momentos uma mão cheia de golos para o MAC.
Amigos até breve…
António José Dias Moita
Natural de Moura, Professor em terras deS. Nuno e de Celinda