terça-feira, 21 de junho de 2011

Vitória de Sernache . Moura

Veteranos do Moura Atlético Clube no berço de S. Nuno



Intercambio Desportivo
No dia 18 de Junho, em data assinalável do 1º aniversário da elevação celestial do nosso “José Saramago”, decorreu em Cernache do Bonjardim, um encontro intergeracional, (embora com os elementos presentes integrantes no todo da veterania), com assinalável representatividade de duas comunidades geminadas pela ilustre figura de D. Nuno Álvares Pereira, ora designado por S. Nuno de Santa Maria.

Nuno Álvares Pereira nasceu em Portugal a 24 de Junho de 1360, muito provavelmente em Cernache do Bonjardim, sendo filho ilegítimo de fr. Álvaro Gonçalves Pereira, cavaleiro dos Hospitalários de S. João de Jerusalém e Prior do Crato, e de D. Iria Gonçalves do Carvalhal.” Professou em1423 na Ordem dos Carmelitas, tomando o nome de Frei Nuno da Santa Maria. Mandou edificar o Convento de Santa Maria do Carmo, em Lisboa, o qual, quer a tradição que a invocação tenha sido primeiramente a da Senhora do Vencimento e que depois tenha passado para a Virgem do Carmo, segundo os cronistas, devido a conhecimentos privilegiados com os Carmelitas de Moura…”

                                                   

                                                                                     Estátua de Nuno Álvares Pereira

                                                                          (Cernache do Bonjardim)

Sendo a cultura regida por sinónimos de identidade, eis que surge oportunidade para os membros de ambas as partes, Cernache do Bonjardim e Moura, identificando e defendendo os emblemas do Grupo Desportivo Vitória de Sernache e do Moura Atlético Clube, respectivamente, de poderem conferir quer dentro, quer fora das “4 linhas” estilos diversificados ao jeito que cada praticante/criador/actor protagoniza num espaço de convívio com múltiplos olhares e leituras, procurando despertar, motivar e fomentar o gosto pela envolvência desportivo/cultural potencializada pelos talentos desabrochados em cada comunidade.

Desde as afáveis esposas e benjamins de palmo e meio, que acompanharam o grupo que se deslocou do Alentejo, aos mais experientes, pautou a imaginação, a estes a fantasia, como de outrora; a descoberta (percorrendo itinerários erráticos, mas majorativos de enriquecimento) e o sonho como expressão de liberdade de uma prática, a este nível, que se quer de actividade físico/lúdico/cultural/desportiva… e não de competitividade Não devemos condenar, mas sim compreender todos estilos e tendências assim como o entusiasmo, a aplicação, a entrega às actividades desportivas como um apelo interior, correspondendo a uma necessidade espontânea de expressão. Mas para que essa realização interior se materialize, torna-se necessário uma prática assídua e continuada, em prol da auto-estima, satisfação pessoal e cooperativa, conducente a um pleno de liberdade sano/desportivo.


Como epílogo, a jornada culminou com uma 3ª parte de continuada confraternização entre aromas e sabores do local do encontro com ênfase para o maranho, não faltando o saborear das típicas azeitonas mourenses, habilmente temperadas e gentilmente presenteadas pela comitiva, para acompanhar a degustação.


*Salva comemorativa do encontro (oferta do Presidente do GDVS)

Com os discursos da “praxe” houve a entrega de lembranças (amavelmente oferecidas pela Câmara Municipal da Sertã e pela Junta de Freguesia de Cernache do Bonjardim), assim como a salva comemorativa*,  pelos anfitriões, esmeradamente agraciados pelo uníssono alentejano, arrancado das entranhas, chegado à alma das gentes das terras da Beira, entoando, entre outras, um “ex-líbris” do canto mourense, a padroeira Nª Srª do Carmo.


Nª Srª do Carmo

À semelhança do que aconteceu em 1994, com o primeiro encontro entre estas comunidades, eis que surge um novo alento, para consolidar as palavras anteriormente descritas, com a finalidade de dar alma à regeneração do Núcleo de Veteranos do GDVS.

Como parcela que nunca se esgota, há uns que desistem, outros insistem, mesmo com a consciência de que não chegarão onde gostariam de ter chegado, quer por hábito ou fuga em tempos livres, porque neles a “arte” desportivo/cultural vive com intensidade e com entusiasmo.

Seria bom que jamais perdêssemos a necessidade e o gosto de nos expressarmos através do Desporto, como sinónimo de ligação entre os povos/comunidades, e mesmo em silêncio, continuarmos a ser “artistas da bola”.

No regresso ao Alentejo na companhia “imagética” e da bênção do outrora Santo Condestável, a comitiva mourense deixou à nossa volta uma germinação incessante e uma profunda saudade do reencontro.

Para aqueles a quem importa o resultado desportivo, fica a informação que o GDVS abriu e fechou o marcador, eclodindo entre estes dois momentos uma mão cheia de golos para o MAC.

Amigos até breve…


António José Dias Moita

Natural de Moura, Professor em terras deS. Nuno e de Celinda